Mulher Sexo Frágil

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Conceitos do Módulo 2

Gênero: Entende-se por gênero a qualificação de valores diferenciada entre homens e mulheres. Constatamos a divisão de comportamentos desde a infância, quando destina-se comportamento masculino direcionado aos meninos e comportamento feminino direcionado às meninas. Ex: meninos: brincadeiras grosseiras e agressivas; e meninas: brincadeiras delicadas e afetivas; confirmando assim esta diferença entre sexo; não podendo fugir às regras, pois se assim acontecer, desde a infância poderão ser taxados por apelidos inescrupulosos.

Identidade de Gênero:
Trata-se do modo como alguém se sente, se identifica, se vê, se comporta e se apresenta para si mesmo ou para a sociedade e como se sente sendo “masculino” ou “feminino”. Identidade de gênero é como o indivíduo se reconhece, independente do sexo biológico ou de sua orientação sexual.

Orientação sexual: Atualmente se reconhece três tipos de orientação sexual: a heterossexual (atração física e emocional pelo “sexo oposto”); a homossexualidade (atração física e emocional pelo “mesmo sexo”) e a bissexualidade (atração física e emocional tanto pelo “mesmo sexo” quanto pelo “sexo oposto”. Orientação sexual é o oposto de “opção sexual”, pois a orientação sexual depende do contexto social em que a pessoa está inserida, suas vivências, maneira de ser, de agir, de pensar, enfim, toda sua bagagem de experiências de vida que vão influenciar na hora de eleger alguém como objeto de desejo e afeto. A “opção sexual” por sua vez, é vista como uma escolha realizada de maneira autônoma pelo indivíduo sem considerar as vivências e o contexto social da pessoa. Segundo o autor do texto “A orientação sexual existe sem que a pessoa tenha controle direto sobre ela. Não se trata, portanto, de algo que se escolha voluntariamente ou se modifique segundo as conveniências”.

Sexualidade: A sexualidade é o resultado de um aprendizado, de valores e experiências que permeiam a vida de uma pessoa. Portanto a pessoa não nasce com a sexualidade definida, ela é desenvolvida considerando todo o contexto social em que o indivíduo está inserido. Segundo o autor “o desejo sexual é construído em uma complexa relação entre a afetividade de cada indivíduo e o modo como a sociedade incentiva ou desfavorece determinados atos e maneiras de expressão”.

Construções sociais de gênero: Segundo Margareth Mead, a construção social de gênero varia de acordo com a cultura regional. Analisando três culturas, utilizando o mesmo padrão social e o mesmo método, pôde-se observar que cada uma reagia de maneira diferente. A cultura Arapesh se caracterizava pela personalidade dócil. A cultura mundugomor o comportamento agressivo era incentivado para ambos os sexos. A cultura tchambuli eram caracterizados por suas personalidades opostas às dos ocidentais e por isso se completavam idealmente. Os homens eram mais gentis e delicados e as mulheres mais fortes e bravas. Concluindo reafirmamos que o homem é totalmente dependente da socialização, ele é representado e modelado socialmente de maneira variada, dificultando a sua definição social.

Homossexualidade: O termo homossexualidade é um termo atual, considera-se uma conquista na luta dos movimentos LGBT, pois, anteriormente o termo usado era “homossexualismo” e era utilizado para indicar anomalias ou patologia de indivíduos que sentem atração física e emocional pelo “mesmo sexo”. Atualmente usa-se o termo homossexualidade para denominar o contexto de um indivíduo que se reconhece e se identifica com pessoas do “mesmo sexo” e que elegem uma pessoa do “mesmo sexo” como objeto de desejo e de afeto. Estudos atuais vêem a homossexualidade como uma descoberta que ocorre após a vivência da sexualidade, e faz parte da identidade da pessoa, e essa identidade é construída ao longo do tempo, ou seja, a pessoa não nasce com a sexualidade formada, ela é desenvolvida e vivenciada. A homossexualidade não é vista como uma escolha ou opção sexual somente, pois, sendo assim, seria mais fácil optar pela heterossexualidade, que é aceita na sociedade como uma opção sexual normal e adequada.

Heteronormatividade: Entende-se por um comportamento determinado pela sociedade como sendo o certo a seguir como uma norma ou regra que considera-se normal. Os indivíduos desde a infância são instruídos sobre ser masculino e feminino, então aprendem que os indivíduos que possuem pênis devem se sentir masculinos e os indivíduos que possuem vagina devem se sentir femininos. Assim o “normal” é homens sentir atração por mulheres e mulheres sentir atração por homens, e por sua vez se casarem e formarem uma família, onde posteriormente, na ordem “natural” dos fatos, virão os filhos do casal. Na heteronormatividade os valores são passados de geração a geração, como ser heterossexual e procurar com cônjuge do sexo oposto para formar uma família. É a norma e a regra a ser seguida pelos indivíduos, nesse sentido as relações sexuais só são normais se forem entre indivíduos de sexo diferentes e a única orientação sexual normal seria a heterossexual.

Onda do movimento feminista:
O movimento feminista conquistou muitos avanços e grandes mudanças na sociedade em prol das mulheres. Este movimento evidenciou as discriminações existentes sobre as mulheres, ocorridas no ambiente doméstico, no mercado de trabalho, na política, enfim, em várias esferas da sociedade, tais como: a desigual repartição de tarefas domésticas, salários e cargos desiguais para homens e mulheres, o impedimento de votar e de participar da política. A 1ª onda do movimento feminista é marcada pela luta pelo direito de voto feminino e também por igualdade de direitos civis, econômicos e políticos. A 2ª onda do movimento feminista ressaltou as concepções do feminino e do masculino e também a questão da construção social da diferença sexual. Durante a 2ª onda foi abordados temas como gênero, racismo, interseção, heteronormatividade, dentre outros. A questão de gênero passou a ser estudada enquanto fenômeno histórico, vivenciado e determinado ao longo do tempo.

Anistia Política: Entende-se como o perdão concedido a pessoas que cometeram ou foram acusadas de cometer crimes políticos. No Brasil muitos cidadãos receberam a anistia política a partir o ano de 1974 até o final da Ditadura Militar. A anistia foi concedida aos cidadãos exilados, cassados, acusados de ações terroristas e aos envolvidos na repressão política e na tortura.

Feminismo Marxista: O feminismo marxista defende a ideologia da implantação do socialismo na sociedade. Para o feminismo marxista, o Capitalismo é o principal responsável pela desigualdade de gênero e que somente com o fim do Capitalismo as mulheres serão realmente livres.

Feminismo Liberal: O feminismo liberal defende a idéia de que as mulheres teriam acesso aos direitos reivindicados pela categoria somente em uma sociedade baseada no sistema Capitalista. Nesse sistema as mulheres teriam o apoio do sistema na luta pela cidadania, pela educação, dentre outros.

Travestis: são pessoas que se vestem e vivem cotidianamente como pessoas do sexo oposto.

Transexuais: são pessoas que se identificam com um gênero diferente daquele que lhe foi imposto a partir do momento de seu nascimento, e algumas pessoas desejam e realizam modificações corporais radicais, como a cirurgia reparadora de mudança de sexo.

Transgêneros: é o termo usado para reunir, numa só categoria, transformistas, travestis e transexuais.

Intersexuais: são as pessoas que apresentam sexo ambíguo.


Divisão Sexual do trabalho:
A divisão do trabalho entre os sexos ocorre, quando é determinado ao homem e a mulher comportamentos e tarefas diferenciadas. Nesse contexto os homens recebem tarefas masculinas, de provedor financeiro da família e essas tarefas acabam sendo de maior prestígio e posição superior. E cabe a mulher as tarefas domésticas, consideradas de posição inferior. Vimos que a mulher é discriminada nas esferas do mercado de trabalho, na produção de conhecimentos científicos e também no espaço escolar, onde sobra para a mulher, a tarefa e oportunidade considerada inferior. A divisão sexual do trabalho começa na infância, onde meninos e meninas recebem brinquedos que incentivam a participação dos meninos no espaço público e das meninas no espaço privado.

Socialização diferencial de gênero: A socialização diferencial de gênero ocorre quando meninos e meninas recebem uma educação diferenciada na qual é determinante para sua vida inteira. Durante esta socialização as meninas aprendem a cuidar da casa, dos filhos e escolhem carreiras tidas como femininas, tornam-se “professoras, enfermeiras, assistentes sociais, psicólogas, empregadas domésticas, etc. Não só é comum que elas escolham carreiras no campo do ensino ou da prestação de serviços sociais ou de saúde, como se supõe que tais atividades sejam uma extensão, no espaço público, das tradicionais atividades que elas já desenvolvem no ambiente doméstico.” Os meninos por sua vez são educados a assumirem o espaço público desde cêdo, a cuidar da área financeira e a se preparar para o mercado de trabalho. Aos homens também é dada maior oportunidade na produção de conhecimentos científicos.

Assimetrias de gênero: Entende-se por assimetrias de gênero quando existe uma desigualdade entre o poder dado aos homens e o poder dado às mulheres na organização social. “Os homens estão numa posição dominante enquanto as mulheres estão numa posição subalterna. Esta assimetria de gênero (masculino e feminino) é reforçada por estereótipos e preconceitos e reproduzida em nossa sociedade.” As assimetrias de gêneros começaram a ser atenuadas após a luta do movimento feminista que mostrou as desigualdades de gênero existentes nos espaços da produção de conhecimentos científicos, no mercado de trabalho e no espaço escolar. Hoje podemos ver as conquistas do movimento feminino em tais espaços, onde podemos citar: o acesso à universidade, às profissões que antes somente os homens tinham acesso, a cargos de liderança no mercado de trabalho e também, cabe ressaltar que na política, vivemos atualmente a conquista da Presidência da República por uma mulher.

Hierarquia Moral: Refere-se ao dever obediência aos homens, sejam eles maridos, irmãos, pai, ou aos homens mais velhos da família. São valores de obediência incondicional que são passados de geração a geração.

Machismo Latino: Entende-se por machismo latino “o prestígio e extremado poder masculino, cujo exercício está no controle da moral e da conduta feminina”. O comportamento que caracteriza o machismo latino, é a dominação do homem com relação à mulher, o homem para ser considerado macho, deve conquistar várias mulheres e dominar o espaço público (a rua), e a mulher, por sua vez, deve ser recatada, permanecer no âmbito doméstico (casa), e para ser considerada honrada, deve se guardar para o marido e evitar experiências sexuais antes do casamento.


Rakel Monika Martins Abilio

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